"É certo que toda sociedade moderna tem
casa e rua.
Mas o meu argumento aqui é no sentido de salientar que a casa,
entre-nós, ordena um mundo à parte.
Universo onde o tempo não é histórico,
mas cíclico, tempo que vive de durações que não se medem por relógios,
mas por retratos amarelados e corroídos pelas traças, como naquela poesia
de Drummond.
Um tempo que é medido pela morte dos mais velhos e pelo
batizado dos mais novos.
Um tempo cuja duração e experiência podem ser
revertidas pela doce saudade dos dias em que a família estava toda
reunida em torno de alguma figura importante para a sua unidade e
sobrevivência, enquanto grupo uno e integrado.
Quer dizer, quando observamos que a casa contém todas essas dimensões, temos que nos dar conta de que vivemos numa sociedade onde casa e rua são mais que
meros espaços geográficos.
São modos de ler, explicar e falar do mundo."
RESP.
Creio que outro ponto de vista poderia ser abordado aqui, afinal que Brasil é esse onde os lares são perfeitos, seria esse um "Ideal de Brasil Perfeito" onde não existissem a violência doméstica especialmente contra mulheres e crianças e onde muitos não fossem obrigados a ir morar na rua pela falta de estrutura familiar. Bom seria termos esses ideias como realidade, se todos tivessem em casa a paz adequada para ler Drummond.
Tales Bittencourt
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