Aplicando os conceitos que discutimos, construa um texto demonstrando os fundamentos da concepção conservadora do conhecimento e da concepção transformadora.
Conhecimento Construído
Após ingressar no curso de pedagogia muitas foram às mudanças nas visões que eu tinha sobre educação e sobre minhas lembranças de professores e do modo como eles “me passavam” (ou “tentavam me passar”) o conhecimento adquirido por eles.
Agora percebo que para muitos eu não passava de uma folha em branco, sei disso hoje por entender saber diferenciar os núcleos epistemológicos ao quais esses professores pertenciam. Quando me refiro a núcleos epistemológicos quero dizer, como seriam eles quanto ao modo de pensar o aluno ou uma aula, será que eles iriam subestimar e/ou ignorar o aluno, acreditando que o aluno já tem um conhecimento pré determinado, será que eles fariam seu trabalho de forma mecânica, isto é o professor fala o aluno escuta e uma prova irá avaliar se o aluno é ou não capaz de seguir para uma série (ou estágio) mais avançada, tratando assim o aluno e suas experiências apenas como coisas supérfluas, pois esses seriam epistemologicamente falando Conservadores.
Porém na contra mão aos conservadores há aqueles que valorizam sua profissão e sabem o quão importantes são na vida de um aluno, de uma turma, de uma escola ou ainda de uma nação, pois em qualquer lugar do mundo a figura do professor é importante (talvez não seja devidamente valorizada), porque a ele cabe a construção dos conhecimentos de todos em uma sociedade do gari ao mais reconhecido e valorizado neurocirurgião, tendo esta consciência este professor irá com certeza valorizar os conhecimentos do aluno ensinando de forma a fazer com que o aluno busque novos conhecimentos utilizando o bom senso, mas sabendo dar valor ao senso comum existente em qualquer sociedade que em certas ocasiões deve ser levado em conta, agindo assim de forma dialética este professor poderia ser encaixado em outro núcleo epistemológico que não aquele conservador que vimos a pouco e sim no núcleo transformador ao qual deveriam pertencer todos aqueles que se dizem educadores ou professores.
Voltando aos meus professores posso dizer com absoluta certeza que em sua maioria se tratavam de conservadores, agiam muitas vezes sem o menor interesse sobre o que eu estava construindo, interessando a eles apenas atingir as metas programadas em seus planos de aula, tratando de ignorar ou subestimar os alunos.
Infelizmente este tipo de professor se faz maioria entre os docentes do país e acho inclusive que para os gestores da nação, eles sejam mais interessantes uma vez que ao não questionar seus alunos, também fazem com que eles não sejam questionadores.
Tenho visto campanhas em rádio e televisão enaltecendo a figura do professor e inclusive chamando cidadãos a exercer a docência, pois então que se formem, ou melhor, transformem os professores para que eles melhorem a educação no Brasil.
Realmente transformadores, assim devem ser os professores, encaixando-se nesta epistemologia, valorizando aqueles com quem vão trabalhar sabendo que o papel da escola na vida do aluno deve ser o da construção de experiências e conhecimentos que o aluno esta vivendo e serão importantes na formação deste aluno.
Então sabendo que todo conhecimento é oriundo de experiências cabe ao professor a responsabilidade de estimular a curiosidade do aluno para que ele busque transformar uma curiosidade apenas ingênua em conhecimento, saindo do senso comum buscando o bom senso de forma dialética nas trocas de experiências diárias que fazem tanto de aluno quanto de professor pessoas diferentes a cada dia.
Aos nossos docentes falta com certeza uma maior valorização destas ditas experiências trazidas pelos alunos de modo geral da sociedade onde vivem e saber que elas nada mais são do que culturas e podem ser de naturezas tão diversas, mas nem por isso menos importantes do que aquelas conhecidas e enaltecidas na escola.
Trabalhar com o aluno na construção desta cultura é tão importante quanto trabalhar com ele na construção de saberes eruditos, pois entendo que estes possam ser embutidos na cultura, mas o contrário pode não ser verdadeiro uma vez que saberes eruditos podem ser adquiridos em livros, televisão, internet, etc., mas a cultura devemos desenvolver na prática cotidiana, pois é através dela que iremos conseguir construir e viver em uma sociedade cada vez melhor.
Tales Bittencourt
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